Didaticamente, costuma-se dizer que exemplos negativos acabam invariavelmente se tornando um reforço ao que na verdade você deseja evitar. Existe uma série de explicações para isso. No entanto, eu ainda acredito que em alguns casos, um sinal de "por aqui não" pode trazer mais benefícios que prejuízo.
Com base nisso, trago dois sites que ajudam a perceber como certos descuidos devem ser pró-ativamente evitados. São detalhes que a experiência ajuda a evitar naturalmente - mas até lá não custa manter-se atento a eles.
O primeiro é o Photoshop Disasters, que traz uma coleção de bizarrices oriundas das famosas "photoshopadas" que vivem sendo feitas em agências e estúdios. Esse tipo de falha grosseira têm se tornado muito frequênte graças à extrema dependência criada em torno dos softwares e ao péssimo vício de resolver imagens em pós-produção.
Uma cena extremamente comum em sala de aula, por exemplo, é vermos tentativas de resolver imagens simples (como um post-it colado em uma das páginas de uma agenda) totalmente em pós-produção, criando camadas e sombras falsas para retângulos pintados, ao invés de simplesmente colar o post-it na agenda e fotografá-lo. (a propósito: post-its colados em páginas de agenda são clichês batidíssimos; não os use nem em pré-produção.)
O outro exemplo é mais sutil porém não menos comum, e está bem exemplificado no "Blog" of "Unnecessary" Quotation Marks.
Em tempos de internet (e não, eu não vou entrar nesse mérito porque é uma longa discussão, mas inevitavelmente também um fato), fica a impressão que o domínio das ferramentas de construção de texto diminui a cada dia. Os vícios vão desde nunca usar menos de três ou quatro pontos de exclamação/interrogação e reticências com quantidades aleatórias de pontos (certa vez uma aluna abriu uma cara de espanto quando expliquei que reticências são sempre três - "como assim? não é de acordo com a intensidade?") até detalhes mais sutis como mal uso de crases, construção de perguntas como se fossem afirmações ou o uso desnecessário de aspas, como no site citado.
Estes são apenas dois exemplos de descuidos que frequentemente matam peças de comunicação. Obviamente tentar decorá-los todos é uma guerra perdida. Para se obter qualidade, o ideal ainda é absorver os métodos e torná-los cada vez mais intuitivos. E, é claro, conhecer seus recursos primordiais de trabalho - seu idioma e sua capacidade de abstração visual. É escolher entre isso ou ser um fazedor de peças patinando na mediocridade.
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