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domingo, 19 de setembro de 2010

Linotype: The Film

Para os amantes de da tipografia, mais um documentário interessante - desta vez sobre Ottmar Mergenthaler, o inventor do Linotipo.

Dirigido por Doug Wilson, “Linotype: The Film” foca na paixão por essas máquinas pelos olhos de quem ainda as possui hoje, sem tentativas de fazer média com novas mídias ou afins.

O trailer tem tiradas ótimas. Agora é aguardar o filme.


Gostou? Veja também este post sobre "Helvetica - o Filme".

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Documentário: "Helvetica - O Filme" legendado

Para quem nunca viu, a oportunidade de ver o importante documentário sobre a fonte tão amada e odiada, mas nunca ignorada (e um pouco sobre a história do design gráfico, também). E com legendas.

Helvetica: O Filme

Leia a sinopse:
 
Helvetica é um documentário realizado por Gary Hustwit, que pretende demonstrar o papel da Helvetica na cultura visual dos últimos 50 anos. Nos diversos entrevistados poderemos encontrar, Erik Spiekermann, Matthew Carter, Massimo Vignelli, Paula Scher, Neville Brody, entre outros.

Encontrado aqui.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Gregos, goianos e whatever!

Nesta semana, um colega me perguntou:
"Glen, estou criando um Manual de Identidade Visual pela primeira vez, mas sempre tive uma dúvida da qual agora eu não posso escapar. É correto dizer logotipo ou logomarca?"

Logomarca é tido como quase uma gíria. A gente usa porque o cliente usa. É como dizer "vou mandar em Corel"(deus me livre!) ao invés de dizer "vou mandar um arquivo vetorizado." O cliente não sabe a diferença e não está nem aí se é o academicamente correto ou se o Corel é uma &*$%@. Então o termo vai se difundindo. Quantos dizem que no sábado alugaram um filme quando na verdade alugaram um Vídeo Digital?

O Brasil é um país que importa mais tecnologia, cultura e educação do que exporta. Por isso estudamos inglês na escola e não os outros países que estudam o português. Muitos setores da sociedade estão em pleno crescimento. Nós importamos termos e expressões de cada tecnologia, cada novidade, cada filme de Hollywood. Quando estas palavras chegam, as pessoas as adotam de forma cega. Isto é, não sabem de onde vem a palavra e nem o que ela quer dizer, e muito menos como se pronuncia. É como se ela (a palavra) somente existisse no contexto específico do seu uso pessoal: a palavra é minha e eu faço com ela o que eu quiser e pronto.

Por exemplo, a palavra 'brief" virou "briefing" sem se lixar para a diferença entre um verbo e um substantivo..... mas piora. Pense em "Bus Door". No Brasil isto não tem nada com porta, e sim com o FUNDO do ônibus. Hã?!? Quantas pessoas pronunciam Leading, o espaço vertical entre as linhas de um texto, com o "E" aberto: Leeeeeeeding como se fosse do verbo liderar ao invés de fechado como o correto sendo derivado da palavra em inglês para "chumbo"? A lógica é: " Se está escrito, tenho o dever cívico de pronunciar de qualquer jeito."

Aconteceu antes com o francês, agora é o inglês e talvez amanhã será com mandarim. Nihao. Vejamos:
  • Baguete > Baguette > é um pão, mas quer dizer palito
  • Batom > Bâton > que significa bastão. Em francês o cosmético se chama rouge-à-lèvres.
  • Sutiã > Soutien > quer dizer sustentar. A referência é óbvia, mas as francesas queimaram tudo na decada de 60.

A língua portuguesa é viva. Mutante. Temos que acompanhar estas mudanças sob pena de não saber falar o próprio idioma. O Aurélio adiciona centenas de palavras por ano. Entre elas temos email, target, fusion, brainstorm, boot, logon, logoff, ctrl-alt-del. Tá bom, alguns desses ainda não estão no dicionário, mas quem não sabe como usar corre sério risco de ser considerado um neandertal. A lista é interminável, mas estas palavras vão se entrincheirando no português e não tem especialista com doutorado e o escambal que as impeça.

De verdade mesmo, a palavra Logo vem do grego e quer dizer mil coisas. Entre elas estão ideograma, palavra e ícone.

Eu, por mim, usaria somente "Logo" p/ tudo. Mais simples, mais direto, todo mundo sabe o que é e ainda por cima é correto em inglês, português, alemão e etc.
Logotipo
em teoria seria então um ícone feito tipograficamente, escrito. A "forma" da "escrita".

Agora é que complica.
Dez anos atrás, nos diríamos: Logomraca é errado, pois Logo=marca e marca = marca. Então é redundante dizer Logomarca pois seria o mesmo que marca-marca.
O mundo dá voltas. Hoje marca tem um sentido MUUUUUUUUUITO mais amplo que antes. Chegou o branding, uma gestão global da percepção pública da imagem de uma empresa por meio dos seu símbolos, produtos e ações. Marca agora quer dizer: a imagem da empresa perante seus públicos. O que era técnicamente errado, por causa de um adoção recente possibilita, mesmo que por um detalhe técnico, o uso da expressão Logomarca —marca da imagem— sem culpa. A questão é: você usou de propósito ou sem querer?

Temos vários autores que defendem uma posição ou outra como sendo academicamente correta, mas não impede que sejamos diariamente inundados por neologismos, estrangeirismos e achoquevimos.

Em suma o meu conselho é:
  • Se tem letras, diga logotipo.
  • Sem letras diga símbolo, grafema ou logograma, e
  • na hora do pânico diga somente LOGO e whatever!

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Aos 51 anos, Helvetica rules


Aniversário é uma coisa engraçada. Têm pessoas que adoram, já ficam lembrando durante semanas antes e fazem aquela mega festa com direito a animação, DJ e open bar. Depois têm as outras, que não fazem tanta questão, ou usam o dia como uma oportunidade para refletir. Têm as que mentem sobre a idade, e as que com 40 anos fazem festa de criança. Mas fazer um ano a mais não é o grande negócio. O que é legal mesmo, é deixar uma marca na história, coisa que também lembramos em aniversários. É o caso da fonte Helvetica, que fez 50 anos em 2007.

50 anos. Se para uma pessoa, a gente pensa (errado mas) logo, “puxa, que velho!” imagine então para uma família tipográfica! Deve ter uma cara bem careta. Nem deve dar para usar mais. Quantos anos isso dá para um ser humano?
Mas se você já prestou atenção aos detalhes cheios de charme, embora ao mesmo tempo, incrivelmente funcionais, da Helvetica, você vai perceber o quanto que ela ainda é jovem, versátil, expressiva, e muito prazerosa de usar.

A Helvetica foi criada no fim dos anos 50, é foi A família chave do estilo Suiço (ergo, o nome), que pregava simplicidade, objetividade, e clareza na comunicação. A partir daí, tudo mundo começou a usar, tanto que, com certeza, é uma família que, mesmo se você não manja muito de tipografia, você vai reconhecer com facilidade (é só prestar atenção na sinalização padronizada de Brasília. Pois é, é ela). E se você não manja muito de tipografia, a Helvetica é um ótimo lugar para começar a se apaixonar, ou no mínimo, a usá-la corretamente. A família é fácil de usar, porque além de ter muitas excelentes variações, ela é muito versátil, capaz de refletir e acrescentar a uma imagem simples ou sofisticada (especialmente nas variações Thin e Light), moderna ou retrô, jovem ou sóbria. Com a sua boa legibilidade, ela pode ser usada em uma grande variedade de mídias.

Tem algo mágico em saber que os grandes designers daquela época a usaram, contribuindo para que ela se tornasse um verdadeiro ícone do design moderno. Apesar da necessidade e do desejo de conhecer e experimentar com outras famílias, eu mesmo me surpreendo frequentemente voltando para a Helvetica, e nunca fico decepcionada (posso não gostar muito do trabalho, mas sempre amo a tipografia). Ao final das contas, são poucas fontes que têm um filme feito sobre elas (tem até uma que tem uma música, a German Bold Italic, do Towa Tei), e que fazem parte da coleção permanente de um dos maiores e mais importantes museus de arte moderna do mundo, o MoMA, em Nova York.
Tem um super ensaio fotográfico com comentários muito interessantes no site do jornal inglês The Guardian, sobre a Helvetica e esse filme.
www.guardian.co.uk/arts/gallery/2007/jul/16/design?picture=330202465
Olhe-lá, que vocês com certeza vão querer fazer parte da festinha da Helvetica. Todos são convidados.

(Caso vocês não tenham reparado, o lançamento da Helvetica é contemporâneo à construção de Brasília. É fácil ver a semelhanças no estilo e nas ideologias por trás das duas. Mas cuidado com a Arial, a imitação muito menos graciosa da Microsoft; sempre escolha a original antes de qualquer impostora).