quarta-feira, 30 de abril de 2008

Ele é o cara

Tudo na vida precisa de um "gancho", de uma oportunidade. O título não foge à regra. Se o seu anúncio tem uma baita foto, linda de morrer, tudo bem. Com certeza, a responsa é menor. Mas se ele tiver uma fotinha tímida, sem graça, aí a coisa muda de figura. A função do título é chamar a atenção para o anúncio. Ele é o chamariz para que o leitor se esqueça, alguns minutos, da matéria que ele quer ler e dê uma paradinha naquela página. Caso o seu título seja legal, ele lê o resto. Caso contrário, vai passar batido.

É óbvio que você não quer que aquele cliente desista da sua agência. Pior é ele procurar uma agência melhor. Por isso, gaste um bom tempo lapidando o título. Seja ele pequeno, médio ou grande, o carinho e a dedicação para criá-lo é o mesmo. Sabe aquela história do diamante? Pois bem, esse cara (o título) é o seu diamante bruto que precisa ser lapidado com o maior esmero.

Faça, no mínimo, 50 títulos para escolher 5 “menos piores”. Pegue esses 5 e faça associações com o conceito do seu anúncio. Parece receita de bolo? É mais ou menos parecido. No entanto, o recheio depende do chef: você. Você lê muito? Lê tudo quanto é tipo de literatura? Conhece desde Monteiro Lobato até Baudelaire? Não tem a menor noção de quem sejam esses caras? Tudo bem. Ainda há tempo. Economize uns trocados da cerveja e deposite em uma livraria ou banca de jornal mais próxima. Na próxima vez que você ficar em dúvida sobre a qualidade do seu título, coloque à prova. Faça muitos outros e peça para outras pessoas mais críticas, ainda, ajudarem a escolher. Evite os simplesmente engraçadinhos ou inteligentes demais. Lembre-se que você escreve para todo tipo de gente.

Abandone o espelho e fixe no seu leitor. Se ele entender e gostar, ponto pra você. Tenho certeza que, em pouco tempo, você é que vai gostar da coisa. Fazer um bom título é como pintar um quadro. Você rabisca a tela, pensa na perspectiva, escolhe as cores, pincela e dá o tom. Tudo isso, é claro, com muita inspiração. Agora é contigo. Esqueça a tela, abandone o pincel, pegue o papel e a caneta e mande ver. Aliás, peça. Nada mais chato do que alguém achando que pode mandar em você.

2 comentários:

Anônimo disse...

Muuuito legal o texto Rose, e como toda boa peça, um bom título, e ótima circularidade.

Devo dizer q é a primeira vez q entro nesse blog, e já estou impressionado com alguns posts, principalmente os da Clemence e da Rose, muito pertinentes e de ótima valia pra qualquer estudante de publicidade( não que os outros não sejam, só prefiro o que as duas escrevem hehehe.

A única crítica que tenho em relação ao blog é referente ao seu nome e/ou seu conteúdo temático. Sendo também um estudante de educação física e atleta de kung-fu, me deixa descontente o nome estar ligado ao esporte q tanto amo e suas referências(kata, fotos etc) serem de outro esporte(karatê, ainda mais por serem de nacionalidades diferentes). mas enfim, acredito q aos olhos da grande maioria isso passe desapercebido, como diversos aspectos do mundo da publicidade passam aos olhos do público em geral.

Em geral.

Delamare disse...

Caro Diego,

Boa colocação. Apesar da publicidade usar de "licenças criativas", o mais correto mesmo seria dar treabalhar com o universo cognitivo correto. Você teria sugestões para nos dar quanto a termos equivalentes que poderíamos utilizar?